sábado, 14 de julho de 2007

Blue Öyster Cult

Expresso meu protesto ao seu copy/paste post com essa ginecológica imagem de uma pérola sendo extraída de seu ninho catarrento. "Ostra" por si só soa como um palavrão... "Vai tomar no cu seu OSTRA!"

Meu primeiro fim de semana de semiférias e estou completamente burnt out, destruída, deprimida, gorda, sem perspectivas, NO FUTURE. Nem Stevie Ray Vaughan, meu Noivo Cadáver, me faz sorrir. Estou totalmente Blue Oyster. Ô ostra...

Copy/paste merece citação. De Pessoa. Então toma, ó:

"Escrevo-lhe hoje por uma necessidade sentimental -- uma ânsia aflita de falar consigo. Como de aqui se depreende, eu nada tenho a dizer-lhe. Só isto -- que estou hoje no fundo de uma depressão sem fundo. O absurdo da frase falará por mim. Estou num daqueles dias em que nunca tive futuro (...) Em dias da alma como hoje eu sinto bem, em toda a minha consciência do meu corpo, que sou a criança triste em que a vida bateu."

Bate mais que eu gamo, Fernandinho:

"Tanto tenho vivido sem ter vivido! Tanto tenho pensado sem ter pensado! Pesam sobre mim mundos de violências paradas, de aventuras tidas sem movimentos. Estou farto do que nunca tive nem terei, tediento de deuses por existir. Trago comigo as feridas de todas as batalhas que evitei. Meu corpo muscular está moído do esforço que nem pensei em fazer."

E tenho/teve dito. "O Livro do Desassossego" foi escrito por mim. Às vezes suspeito, com a falsa modéstia que me é particular, que fui Fernando Pessoa em minha vida passada -- ao ler "O Livro..." tenho certeza disso. Fica a pergunta: que merda eu fiz no mundo espiritual enquanto penava entre 1935 e 1980 pra voltar à carne como uma ostra, apenas uma ostra, nada mais do que uma ostra?

Pior do que isso, uma ostra que está mais para mexilhão?

Molusco maldito, bivalve bizarro, tua estirpe não vingará!

So it goes.

--Xochiquetzal.

Um comentário:

uma pessoa aleatória disse...
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