domingo, 20 de junho de 2010

por um fio.



Tomando no cu,
Bel.

O Segundo Sol





Quando o segundo sol chegar
Para realinhar as órbitas
Dos planetas
Derrubando
Com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa...(2x)

Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse, você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza
De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão...

Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia
Sem explicação...


(não tem explicação, né não?)

Deixa de nóia, Bel. Não é digno das estrelas de grande magnitude preocuparem-se com coisas avulsas.

Beijos para sempre assombrados,

--Xochiquetzal.

terça-feira, 15 de junho de 2010

define: hypocrisy

1. Hypocrisy is the act of persistently pretending to hold beliefs, opinions, virtues, feelings, qualities, or standards that one does not actually hold. Hypocrisy is thus a kind of lie.

2. A pretense of having some desirable or publicly approved attitude.

—Synonyms
1. See deceit. 2. See Bel.


Ah, meus caros companheiros de viagem, comparsas de caça visual de tartarugas marinhas... e não é que nem tudo são flores? E não é que a magia passa? E não é que esses passarinhos que moram na minha cabeça insistem em cagar em mim? A embriaguez lentamente se transforma em ressaca, a festa acaba e me sobra eu, sozinha, com um esfregão na mão pra arrumar toda essa bagunça, varrer os restos de serpentina pra debaixo do tapete.
É tanta serpentina a ser varrida. Coube debaixo do tapete, mas não está como estava antes. Espero que os moradores habituais desse meu recinto não notem a diferença. Eu quero oferecer um salão limpo e freqüentável, e fingir que nunca dei uma festa de arromba. Fui numa rave na nave da igreja e agora tento limpar o altar, escondendo as últimas latinhas de Brahma debaixo dos santos. Procurando um lixo pra descartar, disfarçadamente, os copos com restos de caju amigo. Casheeew.
E ainda ajoelho, submissa reverente, pra engolir o semen a hóstia. Forgive me, father, for I have sinned. Forgive me not, cause I liked it.

Mas não se preocupem, meus planetinhas instáveis. Não há motivo para pânico. É só colocar sal debaixo da minha língua que o pânico passa. O problema é só esse trânsito terrível de ideias, de memórias, de scripts que eu achei que jamais me corromperiam. Como um cretino aí me disse esses dias: estou aprendendo novamente a ser humilde. Eu achei que estava acima do bem e do mal, do certo e do errado, dos dilemas. Entretanto, eis-me aqui. Humilde.

Me consola o seguinte pensamento: O que mais eu poderia fazer?. Mas que caralho, eu nem sequer penso na hipótese de descartar um TIME. Foram partidas emocionantes (Copa do Mundo uma ova) e eu não posso dizer que sinto remorso. Culpa, talvez. NO arrependimentos, YES culpa (foi essa mesma a pérola?).

A hipocrisia faz-se necessária para que o fardo seja apenas meu. Compartilhar a cruz pra que? A via-crucis é minha, e esse negócio de Simão Cirineu é para os fracos.


Loser.

Conclusão: I'll get over it. É só uma sensação de estranhamento devido a minha derrota contra mim mesma. Mas quer saber? Perder nunca foi tão gostoso.

xxx,
Bel.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

And Whenever I Hear Good Music, I Think of You

I.
Fall in light, fall in light. Fall in light, fall in light...
Feel no shame for what you are, feel no shame for what you are...
As you now are in your blood
Fall in light

Feel no shame for what you are
Feel no shame for what you are
Feel it as a water fall
Fall in light,fall in light, fall in light, Fall in light
Grow in light

Stand absolved behind your electric chair, dancing
Stand absolved behind your electric chair, dancing
Past the sound within the sound
Past the voice within the voice

Leave your office
Run past your funeral
Leave your home, car
Leave your pulpit
Join us in the streets where we
Join us in the streets where we
Don’t belong, don’t belong
You and the stars
Throwing light

II.
On a brick wall I was banging over my head
But the sweet wings on my feet now
Where once they were made of lead
(Sweet wings on my feet now)
Do you hear the message in the music, I hear it too
You know, you got your history in the making
Slowing down won't get you through, no, no

Time won't wait for you
So do all the things you wanted to
Better hurry up, take it in your stride
Use your resolution which you've been supplied

III.
Trem do desejo penetrou na noite escura
foi abrindo sem censura
o ventre da morena terra
o orvalho vale e a flor
que nasce desse prazer
nesse lampejo de dor
meu canto é só pra dizer
que tudo isso é por ti

Eu vi
Virei estrela

Uma jangada à deriva, céu aberto
leva aos corações despertos
a sonhar com terras livres
veio a manhã e eu parti
mas como cheguei aqui
os astros podem contar
no dia em que me perdi
foi que aprendi a brilhar

Eu vi
Virei estrela


IV.
Well, everybody's reaction is changing you
But their love is only a fraction of what I can give to you
So let's do it, just get on a plane and just do it
Like the birds and the bees and get to it
Just get out of town and forever be free
Forever, I wonder we could stay together
It could change if you want for the better
Just turn down my shirt and lay down next to me


V.
Como esta noite findará
E o sol então rebrilhará
Estou pensando em você...
Onde estará o meu amor?
Será que vela como eu?
Será que chama como eu?
Será que pergunta por mim
Onde estará o meu amor?

Se a voz da noite responder
Onde estou eu, onde está você
Estamos cá dentro de nós
Sós...
Onde estará o meu amor?

Se a voz da noite silenciar
Raio de sol vai me levar
Raio de sol vai lhe trazer
Onde estará o meu amor?

VI.
At last, my love has come along
My lonely days are over
And life is like a song
Oh, yeah, at last
The skies above are blue
My heart was wrapped up in clovers
The night I looked at you


quarta-feira, 9 de junho de 2010

meia dúzia de canções para resumir o irresumível

I.
Oh, pedaços de mim
Oh, metades afastadas de mim
Levem os teus olhares
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar


II.
Tell me what it takes to let you go
Tell me how the pain's supposed to go
Tell me how it is that you can sleep in the night
Without thinking you lost everything that was good in your life to the toss of the dice?


III.
Oh, when I look back now
That fall seemed to last forever
And if I had the choice
Ya - I'd always wanna be there
Those were the best days of my life


IV.
Eu só quero que você saiba que estou pensando em você, agora e sempre mais.
Eu só quero que você ouça a canção que eu fiz pra dizer que eu te adoro cada vez mais, e que eu te quero sempre em paz.
Tô com sintomas de saudade, tô pensando em você, e como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você, mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem


V.
Molha eu, seca eu,
Deixa que eu seja o céu
E receba o que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...


(impossível ceder a tentação de floodar esta epopéia com Marisas Montes)

VI.
I've been loving you too long to stop now

There were time and you want to be free
My love is growing stronger, as you become a habit to me
Oh I've been loving you a little too long
I dont wanna stop now, oh
With you my life,
Has been so wonderful
I can't stop now


Com algumas licenças poéticas espalhadas pelo caminho.

segunda-feira, 1 de março de 2010

I'll be back -- sooner than you think, bitches!





A ausência de qualquer conexão com a internet, aliada á preguiça de ir até a lan house mais próxima sob esse sol severino da região dos lagos, fez com que eu negligenciasse esse carro pipa de lágrimas digitais que é nosso amado blog.

E VOCÊS, SUPOSTOS COLABORADORES E COMPANHEIROS DE BLOG, QUE DESCULPA TÊM?

Mas não se desesperem, parcos porém valiosos leitores. Xochiquetzal há de voltar das cinzas como uma fênix binária, esplendorosa em sua verborragia habitual.

Aguardem e confiem.

Inerte,

--Xochiquetzal.

domingo, 29 de novembro de 2009

Resumo do Mundo Enquanto Ópera





Nunca deixarei de me assombrar de minha infinita capacidade de encontrar quem resuma o que sinto do modo que eu mesma o exprimiria, tivesse o talento, a vontade e mais juízo na cabeça.

Músicas, livros, poesias, trechos de filmes, pichações, dizeres afixados em um ponto de ônibus, fragmentos de conversa alheia registrados acidentalmente: de súbito me deparo com a expressão perfeita do que me enleva, horroriza ou interessa naquele exato momento, a forma feita verbo de meus tédios e angústias.

Após (mais um, e creio que derradeiro) Momento Amy Winehouse 2009, quando mandei meu emprego para onde o Sol não brilha (com consequências, variando do cômico ao descaradamente desagradável, ainda a conferir),amparada por quinze dias de atestado médico documentando o total esgotamento de minhas faculdades docentes/intelectuais/emocionais/sociais, encontro-me internada em minha cidadezinha natal nas montanhas do Rio de Janeiro, sob os cuidados de minha mãe e provocações de meu irmão. Nos últimos dez ou doze anos da minha vida não me lembro de ter passado mais do que três dias corridos aqui, três vezes ao ano; acabo de descansar, pobre neurastênica que sou, por uma semana -- com mais uma semana de repouso ainda pela frente. Uma semana de eu-sozinha revisitando a ópera do mundo nas ruazinhas do lugarejo onde nasci.

Percorro os paralelepípedos em permanente susto. Casarões centenários são furtados de minha vista por muros absurdamente altos, absurdamente cinzas. Os paredões de pedra que protegem minha cidadezinha estão purulentos de prédios. Chego à casa de meus avós para almoçar e o fantasma de um cachorro há muito morto recebe, ganindo baixo, os afagos de minha saudade. A casa não tem mais cachorro, crianças ou avô: abro a bonbonniére e encontro missais, santinhos de gente morta.

Durmo, vou a médicos, folheio as CARAS e Contigo! de minha mãe. Distraio-me das marcas do tempo na cidade, no rosto dos que eu amo e no meu próprio perdendo tempo ainda mais precioso na internet e, em momentary lapses of reason, lendo um dos muitos livros que trouxe comigo -- para aborrecimento de meus familiares, que não compreendem como eu posso me enfurnar em casa, absorta em livros, quando há tanta vida lá fora.

O problema, amados, é que aqui dentro, sempre... me parece melhor. Quando eu fechar os livros e sair ao sol novamente, mais pessoas terão se ido, mais muros subido e prédios maculado as minhas serras. Inevitável. Irreversível.

Fernando Pessoa fala por mim:

"Nada pesa tanto como o afecto alheio -- nem o ódio alheio, pois que o ódio é mais intermitente que o afecto; sendo uma emoção desagradável, tende, por instinto de quem a tem, a ser menos frequente. Mas tanto o ódio como o amor nos oprime; ambos nos buscam e nos procuram, não nos deixam sós.

O meu ideal seria viver tudo em romance, repousando na vida -- ler as minhas emoções, viver o meu desprezo delas. Para quem tenha a imaginação à flor da pele, as aventuras de um protagonista de romance são emoção própria bastante, e mais, pois que são dele e nossas. Não há grande aventura como ter amado Lady Macbeth, com amor verdadeiro e directo; que tem que fazer quem(m) assim amou senão, por descanso, não amar nesta vida ninguém?

Não sei que sentido tem esta viagem que fui forçado a fazer, entre uma noite e outra noite, na companhia do universo inteiro. Sei que posso ler para me distrair. Considero a leitura como o modo mais simples de entreter esta, como outra, viagem; e, de vez em quando, ergo os olhos do livro onde estou sentindo verdadeiramente, e vejo, como estrangeiro, a paisagem que foge -- campos, cidades, homens e mulheres, afeições e saudades --, e tudo isso não é mais para mim do que um episódio do meu repouso, uma distracção inerte em que descanso os olhos das páginas demasiado lidas.

Só o que sonhamos é o que verdadeiramente somos, porque o mais, por estar realizado, pertence ao mundo e a toda a gente. Se realizasse algum sonho, teria ciúmes dele, pois me haveria traído com o ter-se deixado realizar. Realizei tudo quanto quis, diz o débil, e é mentira; a verdade é que sonhou profeticamente tudo quanto a vida realizou dele. Nada realizamos. A vida atira-nos como uma pedra, e nós vamos dizendo no ar, 'Aqui me vou mexendo'.

Seja o que for este interlúdio mimado sob o projector do sol e as lantejoulas das estrelas, não faz mal decerto saber que ele é um interlúdio; se o que está para além das portas do teatro é a vida, viveremos; se é a morte, morreremos, e a peça nada tem com isso.

Por isso nunca me sinto tão próximo da verdade, tão sensivelmente iniciado, como quando nas raras vezes que vou ao teatro ou ao circo: sei então que enfim estou assistindo à perfeita figuração da vida. E os actores e as actrizes, os palhaços e os prestidigitadores são coisas importantes e fúteis, como o sol e a lua, o amor e a morte, a peste, a fome, a guerra na humanidade. Tudo é teatro. Ah, quero a verdade? Vou continuar o romance..."




Singing Lead Soprano in a Junkman's Choir,


--Xochiquetzal,