segunda-feira, 28 de setembro de 2009

10 drogen... und smurfen.



...die Sie nicht nehmen sollten...

... wenn Sie Auto fahren.







I JUST ATE A SMURF

*sigh* The fact that life makes no sense gets me through the night.

--X.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Vício



Garota-enxaqueca 1 e Garota-enxaqueca 2, entendo no fundo de minha alma suas dores workaholics e tenho apenas duas palavras pra dizer a vocês a respeito do assunto: 


Vocês ignoraram solenemente minhas advertências. Vocês consideraram como frescura, melodrama e, sim eu me lembro, vocês me disseram que isso era "coisa de quem não tava acostumado a trabalhar". Well...

ACOSTUMA AÍ, FDP!

Vocês não me deram ouvidos. Mas tudo bem, ninguém nunca me escuta mesmo. Ninguém presta atenção em vagabundo. Ninguém leva pessoas desocupadas a sério. Todo mundo me olha como se eu estivesse passeando pela vida e não quisesse nenhum tipo de obrigação.

(Não contem pra ninguém, mas é exatamente o que eu estou fazendo)

Não contem pra ninguém, e eu não vou contar também que vocês se tornaram abstêmias. Não vou contar pra ninguém porque, sabem como é, nesse projeto de vocês voltarem a um estado puro e imaculado de brancura, pode ser que alguém bote olho-gordo se ficar sabendo do lance. Melhor não contar.


E também, VAI QUE vocês resolvem desistir, né? Para não ter constragimentos com a recaída, vamos fingir que vocês nunca tentaram.

Vícios são foda. Mas eu sou legal, e vou dar a letra pra vocês de novo. Mesmo que, novamente, vocês não prestem atenção. Olha só: trabalho, drugs, sexo, vídeo-game, dinheiro, relacionamentos, whatevers, tudo pode ser vício, sabiam? Lógico que sabiam, vocês são garotas espertas. Espertas e, agora, com mais brancura.

Vícios, quem não os tem? Acho que ter vícios não é problema. Problema é não saber que tipo de buraco você está tentando tapar com os seus vícios. Ou ter vícios que criem mais buracos. Aliás, que tipo de buraco você tapa com o trabalho mesmo? 

Trabalho? No thanks. Just say no

Porra, prefiro me viciar em pessoas. Se elas não tapam meus buracos, pelo menos eu tapo o buraco delas (heh).

Porque, se você for ver bem, trabalho quase sempre é igual a coke; você sabe que é uma bosta, mas acha que não consegue largar. Eu disse que o trabalha QUASE sempre é igual a coke, porque pó às vezes é legal. Até o refrigerante é legal, de vez em quando. Com rum e limão, por exemplo. Já o trabalho, ah, esse é SEMPRE uma merda.

Ah, eu também disse que você ACHA que não consegue largar. Vai vendo.

Tenho mais más notícias pra vocês: trabalho é um vício pro qual não existe A.A. Too bad, heh? Eu sinto muito garotas, mas vocês vão ter que sair dessas sozinhas. Ninguém pode fazer você parar de trabalhar a não ser você mesmo. Não existe grupo de apoio pra quem quer parar de trabalhar.

"Só vou tomar mais uma"
"Só mais uma fungadinha"
"Só vou trabalhar até o fim do ano"

yeah, right.

Fugir dos seus vícios é tentar fugir de você mesmo. Where do you go when you want to stay away from cocaine? It's so painful.



love grace tolerance

Atillah

Onde está Wally?



É engraçado ver nossas rotinas oompa loompa de lemmings alucinógenas escravizadas pela rotina louca do acorda-trabalha-dorme, com alguns tatus caminhando embriagados de rum espremidos ali nos hífens, nos afetou de maneira opostas.
Você me soou como o Cebolinha bolando um de seus planos infalíveis pra ser o dono do mundo da rua ao falar sobre estratégias para vencer a Mônica e sua força suprema o trabalho árduo e sua força suprema, da mesma forma que quando o Atillah discursa sobre as maravilhas dos 23 graus centígrados me soa como um padre dando um sermão sobre como o paraíso é belo e delicioso.
E eu?

Bem, não se contentaram em colocar essa avezinha aventureira aqui numa gaiola e a obrigar a cantar melodias felizes pra uma plateia sádica. Me sinto horrível -porém não triste- ao perceber que meu estado é pior do que eu esperava: não sinto mais minhas asas. Existe pássaro paraplégico? Tem cura pra resignação, doutor?

Take these broken wings
And learn to fly again
And learn to live so free


Abracei minha rotina severina, engolindo o gosto amargo. Detesto, mas I'm caught in a trap, I can't walk out. Até então, enfrentava meus leões diários a contra-gosto, xingando de "filho de uma puta descabaçada" cada pedra que rolava no meu caminho. Com o coração mais cheio de alguma coisa que não sei o que é, sei que era brilhante e energética. Chamemos-na de Wally. Faz muitos dias que não sei onde está Wally. Enquanto escrevo essas linhas, noto que não são "dias", e sim "semanas". As tarefas desgostosas acabaram por se tornar de vez o que eu chamo de "minha vida". É irônico que logo eu, a aborígene selvagem devoradora de momentos mágicos e Ursinhos Carinhosos, tenha se tornado uma chata que só vive reclamando do trabalho pelos cantos. Fazendo planos mirabolantes pra arrumar mais tempo pra trabalhar mais ainda. Não gosto, mas a gente acostuma a apanhar. Eis-me aqui, acorrentada numa cadeira e levando surra todo dia. E não é que mulheres jovens têm mesmo mais talento para se tornarem mártires?



Wally foi eclipsado. Também, pudera... não há Wally que resista a tanto. Perdi a chama das minhas paixões dentro de mim. Cadê aquela fome toda que eu tinha? Não tem como fugir desse quarto escuro, dessa cadeira adaptada para as minhas necessidades físicas, desse enclausuramento. As pessoas que eu amo tornaram-se distantes, memórias geladas e congeladas em um punhado de fotos num album de orkut. Me ligam pra conversar e eu me irrito porque elas estão atrapalhando o meu trabalho, ou um interrompendo um raro momento de descanso. Me entristece ver que passei de hippie pra yuppie sem nem conceber por onde as coisas começaram a se modificar; se foi de dentro pra fora ou de fora pra dentro.
Onde está Wally?

Isn't me
Have a seed
Let me clip
Your dirty wings
Let me take a ride
Hurt yourself
Want some help
Help myself
Got some rope
Have been told
I promise you
Have been true


Espero que passe. Espero que seja fase, que eu não esteja no breaking point de me tornar uma mártir adulta chata em cuja vida não existe espaço para irresponsabilidades, inclua aí sair para passear com tatus. Acho que finalmente estou cavando um pouco mais perto do esqueleto, doutor. Em uma coisa vocês estão certos: trabalho mata, e trabalho faz mal. Trabalho não enobrece, e sim endurece. Acho que preciso de uma temporada na praia, caçando tartarugas com meu olhar- este agora sem ressacas- pra ver se encontro Wally nadando por aí. Por enquanto, não sei onde está Wally, só tenho a certeza de que, onde quer que ele esteja, ele tá se fodendo gostoso.



Bel, aquela que não luta contra mais nada.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fúria Contra a Morte da Luz





Levanta-se meio sem graça: "Olá, meu nome é Xochiquetzal e há três semanas não fumo um cigarro, me entupo de remédios ou me embriago."

Grupo: "Olá, Xochiquetzal!!"

Que as três linhas acima sirvam de justificativa para mais um de meus sumiços, já que a rotina de trabalho oompa-loompa que partilhamos não serve mais para justificar nada além de nossa estupidez em aceitar a essa morte indigna que é o trabalho, por mais interessante e recompensador que seja (pelo menos no meu caso). Atillah, velho amigo, demorei para entender sua revolta laboral, mas finalmente vi a luz. Não tardarei a elaborar uma estratégia para ganhar a vida de modo a evitar a fadiga e maximizar o contato com os que me são caros -- mas até Dezembro estarei fadada a dar voltas em torno desse moinho movido a tração animal chamado emprego. Até lá, não passo de uma vaca louca em rehab, um tanto descompensada, mas uma vaca com um propósito. Nada mais perigoso do que um bovino determinado. Nada!!

Falando em bois, continuo ruminando o RANCATAMPADACABEÇA que foi assistir "Zeitgeist" e não pararei de citar esse filme até conseguir que vocês o assistam e comentem. Está quase deixando de ser engraçado o modo que certas coisas essenciais vêm ao meu encontro quando eu mais preciso delas: estava eu passando um fim de semana idílico na casa da minha mãe quando decidi copiar alguns filmes da inacreditável coleção de downloads do meu irmão -- praticamente um backup do 4share ou mininova. Saí escolhendo filmes pelo título em português, sem a menor idéia do que eram, e copiei os dois Zeitgeist simplesmente porque achei legal o título em alemão, pensando que deveria ser um filme de guerra. E era. De uma guerra real, subversiva, doentia -- a guerra contra nós mesmos. O autor/escritor/narrador/compositor/editor Peter Joseph deu nome a todos os bois filosóficos, espirituais, morais, sociais, científicos, caprichosos e garantidos que pastavam a esmo nos campos de minha mente há décadas... pai Adão já sabia que dar nome às coisas é ter poder sobre elas: nomeados, meus unicórniosbois-fantasmas estão prestes a serem marcados a ferro e mandados para um abate intelectual há muito adiado.

Falaê, Dylan Thomas:

Do not go gentle into that good night,
Old age should burn and rave at close of day;
Rage, rage against the dying of the light.

Though wise men at their end know dark is right,
Because their words had forked no lightning they
Do not go gentle into that good night.

Good men, the last wave by, crying how bright
Their frail deeds might have danced in a green bay,
Rage, rage against the dying of the light.

Wild men who caught and sang the sun in flight,
And learn, too late, they grieved it on its way,
Do not go gentle into that good night.

Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.

And you, my father, there on that sad height,
Curse, bless, me now with your fierce tears, I pray.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.


Furiosa, encerro esse post mínimo por conta dele -- o trabalho-- reiterando a falta que vocês fazem na minha vida de gado.

Marcada,

--Xochiquetzal, ruminando sozinha.

P.S. - Discografia completa do Beirut: baixo, ouço e recomendo.




segunda-feira, 14 de setembro de 2009

"None are so hopelessly enslaved as those who falsely believe they are free." - Goethe





Assistam Zeitgeist. Vão por mim.

http://www.zeitgeistmovie.com/

"Narrator: The last thing the men behind the curtain want is a conscious informed public capable of critical thinking. Which is why a continually fraudulent zeitgeist is output via religion, the mass media, and the educational system. They seek to keep you in a distracted, naive bubble. And they are doing a damn good job of it."

(Caution: obvious mindfuck inside.)

Aguardando seu feedback,ansiosamente,

--Xochiquetzal, Who Has Always Agreed with Krishnamurti: "It is no measure of health to be well adjusted to a profoundly sick society."

terça-feira, 8 de setembro de 2009

"A job...







... is death without dignity."

--Dylan Thomas


Acabo de ficar quatro dias em animação suspensa dentro de casa, impedida de trabalhar sob suspeita de ser mais uma vítima da temível gripe suína (YAY!) que grassa por terras fluminenses. Quatro dias de desconforto físico amplamente compensado por uma rotina panda de alimentação e descanso, descanso e alimentação -- intercalada por horas ininterruptas de leitura que não faziam parte de minha vida desde que... bem, desde que me tornei um lemming produtivo aos 14 anos.

E olha que tenho plena consciência de que minha vida sempre esteve muito mais para Mario Kart, Zombies Ate My Neighbors e Castle of Illusion do que para bandos de lemingues descerebrados peregrinando rumo ao penhasco final, em nome do Bem Comum -- mas não consegui conter a angústia ao me dar conta da quantidade de felicidades clandestinas às quais me nego em nome de Mammon: ler dois livros em um só dia, organizar meu tão adiado quarto-escritório-boudoir-biblioteca, catalogar meu acervo multimídia, reler cartas encontradas entre caixas de revistas Dragão Brasil (reluctant lol), writing songs to no one, rever amigos perdidos em caixas de fotos esquecidas, tomar sol esparramada no chão da sala.

Aproveitei minha quarentena para me forçar a um detox muito adiado -- que, apesar de colaborar para meu desconforto físico geral, jogou na minha cara o quanto do meu "tou complexa, me larga" deve-se ao simples fato de eu ter ZERO tempo pra mim. Cadê angústia, ansiedade, paranóia, psicose, distúrbios alimentares e dependência química quando eu entro em panda mode?

Conclusão: tenho que reverter ao meu primordial estado panda com muito mais frequência -- digamos, ao menos duas vezes por semana, domingos not included -- se pretendo deixar minha complexidade de lado e começar a ser feliz, Silviooooommm.

Se apenas meus horários de trabalho até dezembro não estivessem completamente lotados, ocupados, descerebrados, rumando ao penhasco final, em nome do Bem Comum.

Perdeu, preibói. Bom dia, lemingues!

--Xochiquetzal, desejando estar virulentamente virótica.