Amigo de verdade tira sua foto e põe na net, pra ver se da próxima vez você fica mais esperto.
Aproveitando o tema de natimortos...
- Mas então guria, e aquela amizade bonita que a gente nós podíamos ter hein?
- Ah, pois é. Nem deu.
Ter um amigo de verdade é fácil.
Fácil.
Basta você ser você mesmo, ainda que todo mundo te odeie. Uma hora dessas você vai bater de cara com outro ser vivente tão desajustado como você, e vocês vão virar amigos. É meio inevitável; é como o movimento das ondas, a alta dos preços, a corrupção dos políticos, cagar depois da janta, essas coisas impossíveis de evitar.
Pode ver. Qualquer débil mental tem pelo menos um amigo de verdade. Qualquer intelectual tem um amigo de verdade. Qualquer féladaputa tem um amigo de verdade. Até você. Com um pouco de sorte você encontra mais uns dois ou três pela vida. Mas um você tem. É uma lei universal. Aquele que você conheceu quando era criança. Aquele que vai segurar a alça do seu caixão. Amigo de verdade.
Mas e as quase-amizades? O amigo de verdade natimorto? Aquela amizade que você achou que era, mas não foi e nunca será?
Você sabe do que eu tô falando? Você já sentiu a sensação dolorosa de ver uma pessoa muito legal se esvaindo por entre seus dedos? Daquelas pessoas que aparecem do nada, que você dá uma olhada, acha interessante, mas é melhor deixar pra lá, afinal, você já é casado. Ou não tá a fim de fazer social naquele momento.
Mas seu desdém provoca o inefável, que bota essa pessoa no seu caminho de novo. Numa situação altamente improvável, lógico, tipo fila do banco, trabalho em dupla na faculdade, acidente de trânsito. Esses eventos que o inefável apronta pra tornar tudo ainda mais exótico, pra criar aquele sentimento sacana do tipo “nossa, acho que era mesmo pra gente se conhecer!”. Destino filha da puta.
E daí você começa a conversar com o indivíduo/indivídua e tudo fica muito legal, e você começa a pensar “nossa, que puta pessoa gente boa essa!”, e papo vai, papo vem, cafés e cervejas passam por diferentes mesas juntos e ... já foi mano; você está apaixonado. Você nem viu o caminhão que te atropelou. Inapelavelmente preso a uma pessoa legal.
E quando você está pensando em botar essa pessoa em definitivo pra dentro da sua vida, no seu livrinho de meia página intitulado “meus melhores amigos”, você se toca que não vai ser tão fácil assim. Que você trabalha demais, que suas aulas juntos acabaram, que ela vai se mudar, que ele casou com outra, que o boteco que vocês freqüentavam fechou. E o contato entre vocês vai minguando. E as conversas ficam mornas. E já se encontram só muito de vez em quando. E aquele relacionamento fica no eterno vir-a-ser.
É um momento triste esse, onde você se toca do fim precoce de uma quase-amizade. Sempre dá pra forçar a barra, claro. Sempre dá pra aparecer de surpresa, convidar pra sair, ligar no meio do dia, mas não é a mesma coisa. Porque nessa hora você pensa que seus amigos de verdade nunca precisaram de esforço nenhum pra virararem amigos de verdade. Deixa pra lá. “Não era pra ser”, você pensa, tentando se confortar.
Mas, é claro, você nunca vai saber.
Aproveitando o tema de natimortos...
- Mas então guria, e aquela amizade bonita que a gente nós podíamos ter hein?
- Ah, pois é. Nem deu.
Ter um amigo de verdade é fácil.
Fácil.
Basta você ser você mesmo, ainda que todo mundo te odeie. Uma hora dessas você vai bater de cara com outro ser vivente tão desajustado como você, e vocês vão virar amigos. É meio inevitável; é como o movimento das ondas, a alta dos preços, a corrupção dos políticos, cagar depois da janta, essas coisas impossíveis de evitar.
Pode ver. Qualquer débil mental tem pelo menos um amigo de verdade. Qualquer intelectual tem um amigo de verdade. Qualquer féladaputa tem um amigo de verdade. Até você. Com um pouco de sorte você encontra mais uns dois ou três pela vida. Mas um você tem. É uma lei universal. Aquele que você conheceu quando era criança. Aquele que vai segurar a alça do seu caixão. Amigo de verdade.
Mas e as quase-amizades? O amigo de verdade natimorto? Aquela amizade que você achou que era, mas não foi e nunca será?
Você sabe do que eu tô falando? Você já sentiu a sensação dolorosa de ver uma pessoa muito legal se esvaindo por entre seus dedos? Daquelas pessoas que aparecem do nada, que você dá uma olhada, acha interessante, mas é melhor deixar pra lá, afinal, você já é casado. Ou não tá a fim de fazer social naquele momento.
Mas seu desdém provoca o inefável, que bota essa pessoa no seu caminho de novo. Numa situação altamente improvável, lógico, tipo fila do banco, trabalho em dupla na faculdade, acidente de trânsito. Esses eventos que o inefável apronta pra tornar tudo ainda mais exótico, pra criar aquele sentimento sacana do tipo “nossa, acho que era mesmo pra gente se conhecer!”. Destino filha da puta.
E daí você começa a conversar com o indivíduo/indivídua e tudo fica muito legal, e você começa a pensar “nossa, que puta pessoa gente boa essa!”, e papo vai, papo vem, cafés e cervejas passam por diferentes mesas juntos e ... já foi mano; você está apaixonado. Você nem viu o caminhão que te atropelou. Inapelavelmente preso a uma pessoa legal.
E quando você está pensando em botar essa pessoa em definitivo pra dentro da sua vida, no seu livrinho de meia página intitulado “meus melhores amigos”, você se toca que não vai ser tão fácil assim. Que você trabalha demais, que suas aulas juntos acabaram, que ela vai se mudar, que ele casou com outra, que o boteco que vocês freqüentavam fechou. E o contato entre vocês vai minguando. E as conversas ficam mornas. E já se encontram só muito de vez em quando. E aquele relacionamento fica no eterno vir-a-ser.
É um momento triste esse, onde você se toca do fim precoce de uma quase-amizade. Sempre dá pra forçar a barra, claro. Sempre dá pra aparecer de surpresa, convidar pra sair, ligar no meio do dia, mas não é a mesma coisa. Porque nessa hora você pensa que seus amigos de verdade nunca precisaram de esforço nenhum pra virararem amigos de verdade. Deixa pra lá. “Não era pra ser”, você pensa, tentando se confortar.
Mas, é claro, você nunca vai saber.
Atillah
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