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Acho que sempre tive problema com unicórnios, dentro da minha medida realista-pessimista possível. Se não eram unicórnios, era uma minhoca de um metro e meio que tricotava e era o ser mais boca-dura que já conheci. Fomos uma dupla inseparável até meus 8 ou 9 anos, quando fiquei velha demais para conversar com amigos imaginários. Fazer o que? O húmus da minha mente fértil era tanto que minhocas começaram a surgir por geração espontânea. Alucinação ou não, distingüir ilusão de realidade nunca foi um hobby meu, o que me torna uma
Cá entre nós, a vida real é muito chata. Por mais que os niilistas rejeitem ilusões e atenham-se à questões práticas e reais, a realidade continua chata.
Ainda assim, só temos 4 anos (rodeados por andróides que são meros computadores, mas se acham mais humanos só porque foram programados para isso =( ). Então, proponho um outro -ismo a vocês:
É a tendência a buscar o prazer imediato, individual, como única e possível forma de vida moral, evitando tudo o que possa ser desagradável.
Sounds familiar, right?
Não é questão de ser, ter, saber, receber, pensar ou refletir. É questão de sentir.
Conseguir que todos os homens se ponham a caminho, despertem da sua letargia, recusem os convencionalismos, pensem e se determinem por si mesmos, é uma tarefa importante que produz frutos generosos em termos de satisfação e gozo, a um custo económico exíguo, para não insistir num custo zero.
(Esperanza Guisán)
E isso não é uma desculpa prá defender a putaria total.
Putaria também, claro, se é assim que você vai obter prazer. Mas se ser virgem até os 40 anos vai te satisfazer, go for it. Ajudar crianças carentes? Go for it! O importante é ter aquela sensação boa que, sendo sensação, é efêmera. Afinal, depois que passar -veja bem como aquela discussão sobre nossas infâncias se encaixam aqui, X.- tudo que nos resta serão as lembranças, boas ou ruins. Nos resta, no agora que temos, decidir que sensação vamos nos lembrar amanhã de ter tido.
E culpa prá que? Que coisa mais condicionada, essa tal de culpa.
Se todas as partes se divertem e ninguém saiu ferido, não existem motivos para culpa, e eu sei que vocês possivelmente concordam comigo quanto a isso.
Se restringir só por que todo mundo diz que é errado? Bah. Isso é nóia do superego.
Acho que nós aqui não temos esse tipo de problema (exceções, olá!), mas consigo pensar numa lista infinita de pessoas que já me disseram "não acredito que você fez isso" durante uma conversa inocente. E olha que nunca fiz nada de absurdo.
Serve de consolo pensar que, por mais estranho que seja lá o que você quer fazer, com certeza algum romano já fez isso antes, em algum
Considerando-se meu discurso meio Aleister Crowley, a constatação final sobre o importante contraste das partes chatas com as partes prazerosas da vida e o fato de que meu dia foi uma merda imensa, em verdade vos digo que
Na próxima encarnação, eu quero ser um gato =(
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