sábado, 9 de agosto de 2008

Cansei de ser Samsa


Xochiquetzal, símbolo da luta contra a balança.


There and back again! Obrigada pelo "Eu te acho FODA PRÁ CARALHO". A recíproca é verdadeira, Bel. Quanto à (inexorável) erotização desse blog, não sei como conter meu entusiasmo por ter uma camarada de cromossomos XXX XX como contraponto literário pela primeira vez. É extremamente excitante -- em todas as acepções do termo -- após anos de auto-exílio na montanha dos gorilas, cercada de KY XY por todos os lados. Minha efusividade natural acaba falando mais alto. Sempre fui uma menina muito dada.

Não que eu negue a existência de vida inteligente do Lado Rosa da Força: simplesmente dei o azar de ter sido criada em um meio hostil à reflexão feminina, que diminuiu drasticamente minhas expectativas de comunhão intelectual com o mesmo sexo -- encouraçando-me ao mesmo tempo com camadas superpostas de quitina sabor cinismo. Mas cansei de ser Samsa. Cansei de brincar de GI Joe. Simbora brincar de casinha.

Continue à vontade para escrever under the influence, Bel. Só cuidado, pois a inevitável comicidade resultante pode vir de mãos dadas com um retumbante "OH SHIT!" no dia seguinte. Apesar de fiel seguidora do "se eu não lembro, eu não fiz" way of life, confesso que meus arroubos alterados renderam quantidade suficiente de OhShits para me fazer reconsiderar meu uso desenfreado de imagination enhancers inúmeras vezes, prometer sair dessa vida, planejar cuidadosamente uma nova existência como bastião da moral e dos bons costumes para no dia seguinte fazer tudo de novooh, shit.

Mas então. "Reality is a crutch for people who can't cope with drugs". Essa vontade louca de estar fora da realidade sempre norteou minha busca pelo auto-conhecimento. O fato de que eu não tenha chegado a conhecimento algum até o momento pode depor contra mim, but hey -- at least I've had one hell of a good time going nowhere. Para mim a busca de estados alterados de consciência está no cerne da minha verdade, a de que nossa percepção é falha, ilusória, tragicamente deturpada e que uma espiadinha além do véu de Maya não faz mal a ninguém (que não tenha tendências assassinas ou messiânicas, claro).

O segredo está na descoberta da aurea mediocritas no meio de tanto input do crioulo doido...

...que nos traz de volta ao tema tão caro do conhecimento, e da felicidade dos ignorantes que, em teoria, se frustram menos. Um filósofo aí (O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: IMAGINATION ENHANCERS CAUSAM PERDA GRADATIVA E IRREPARÁVEL DE MEMÓRIA) disse que é melhor ser um Sócrates infeliz do que um porco feliz. Concordo.

O problema é que muitos preferem ser porcos.

Uma cicuta on the rocks, por favor.

--Xochiquetzal.

P.S. - Finalmente alguém me explicou como fazer isso Obrigada, Bel.




Nenhum comentário: