quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Mutatis Mutandis




"--Um What's the name of the word for things not being the same always. You know. I'm sure there's one. Isn't there? There must be a word for it... the thing that lets you know time is happening. Is there a word?
--Change."
--Delirium and Dream, Sandman



Traumas de infância, apelidos cruéis e auto-estima subterrânea encasulados nas teias do tempo, minha idéia de Self dormita inquieta, gorducha lagartinha nerd sonhando sonhos de borboleta rara. Meu peristaltismo psíquico vai empurrando reservas de insegurança alma abaixo: faço da fúria energia, metabolizo a dor tecendo asas aveludadas de solidão. Renasço trêmula, o corpo incerto, úmida ânsia de abandonar o solo. Metamorfoseio-me no próximo estado do Ser.



Anteninhas tremendo de expectativa, aguardo o desabrochar de asas fulgurantes em minhas costas ouvindo o rufar de tambores distantes, numa Anunciação angélica do Advento de mim mesma. A Profecia se cumpre: chego à Terra Prometida.




Livre dos liames viscosos do passado, livre de tiques emocionais derrotistas, de certezas que aprisionam, de limitações auto-impostas: borboleta rosa-de-luto, borboleta monarca, mariposa oriental, Gypsy moth?













Think again.













Oh sweet, diabetic irony.

The Caterpillar and Alice looked at each other for some time in silence: at last the Caterpillar took the hookah out of its mouth, and addressed her in a languid, sleepy voice.
'Who are you?' said the Caterpillar.
This was not an encouraging opening for a conversation. Alice replied, rather shyly, 'I-I hardly know, sir, just at present -- at least I know who I was when I got up this morning, but I think I must have been changed several times since then.'
'What do you mean by that?' said the Caterpillar sternly. 'Explain yourself!'
'I can't explain myself, I'm afraid, sir' said Alice, 'because I'm not myself, you see.'
'I don't see," said the Caterpillar. (...) 'You! Who are you?'


Sei não, dona Lagarta, só sei que estou de saco cheio desse meu eterno vir-a-ser. Talvez seja esse o meu problema: talvez quando eu me conformar com o fato de jamais vir a ser coisa nenhuma eu venha a ser alguma coisa. Talvez não.


Vai que a vida é esse vagar incógnito de metamorfoses ambulantes? Vai que não há respostas não há chegadas não há saídas, apenas jardins borgianos de caminhos que se bifurcam ad infinitum?


Cansei. Cansei de estagiar pra borboleta, de aguardar o clímax da mudança que não chega nunca, quando tudo que há são mais caminhos mais processos mais perguntas sem resposta. Vou é me enrodilhar sobre meu cogumelo, soprando fumaça na cara dos que passam por mim, lagarteando meu intelecto a cada Who are you?


(Takes a puff from the hookah)

Quer saber? Não importa. Deixo as pessoas em sua homeostase metafísica, quietinhas e confortáveis, feliz se, ao rastejar de volta para a minha noite escura da alma, as deixo um pouco mais abertas ao mistério tremendo do mundo.


Who are you?

--Xochiquetzal.


"Oh my soul, be prepared to meet Him
Who knows how to ask questions." -- T.S. Eliot.



Songs to this post:
"It's Alright Ma (I'm Only Bleeding)" - Bob Dylan
"To Ramona" - Bob Dylan
"Change" - Blind Melon
"White Rabbit" - Jefferson Airplane

Um comentário:

Anônimo disse...

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