sexta-feira, 25 de julho de 2008

Querida, cheguei!

Cheguei, cara amiga. Cheguei aqui prá sentar do outro lado da gangorra e brincar contigo, te empurrar no balanço e fazer trancinhas no seu cabelo. Não me culpe se eu tentar te consolar da ausência do macho local, afinal, amiga é prá essas coisas.



Aliás, você tava com bloqueio mental, que é uma coisa bem comum entre nós de espírito elevado escritores, e (sem pretensão nenhuma) creio que as coisas podem mudar de direção agora. Uma nova era, como você mesma disse, novos assuntos e pontos de vista, um ventinho mais fresco na sua cabeça. Em breve os textos vão fluir, tenho certeza. Talvez o Atillah até se anime em nos prestigiar de vez em quando.
E quem não se animaria com duas moças como nós?
É ótimo estar aqui, X. *hugs*

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Hoje eu lembrei do seu post Idiocracy, quando passeava pela cidade. Como você já sabe, eu moro em Goiás, uma região muito boa e muito ruim ao mesmo tempo. Existem caipiras bregas e megalomaníacos em cada esquina, e no meio desse lodo você sempre se surpreende ao achar uma pessoa simples, esperta e de coração bom. Não são pessoas com quem tenho afinidade, são pessoas que se tornam minhas amigas por serem boas. Fora essas raras exceções, por mim você pode tacar fogo nessa cidade. Por que? Güenta a mão, vou te explicar. São dois eventos particulares que se unem em uma conclusão deprimente.

1- Ano passado, o cinema daqui fechou por falta de dinheiro. Tinha uma única sala, exibia um só filme durante a semana (geralmente o maior blockbuster das metrópoles) e tinha uma sessão ou duas por dia. É claro que os filmes chegavam aqui com cerca de um mês de atraso, mas era um cinema. Faliu. O povo não tava indo mais assistir filme, só mesmo um Harry Potter dava certo ibope. Eu fiquei inconsolável, afinal, já haviam se fechado duas livrarias por falta de dinheiro... e agora também o cinema? Mundo injusto, injusto!

2- Todo ano tem uma exposição agropecuária aqui, que o povo carinhosamente chama de Pecuária. Existem bois, algodões doces, rodeios, muitas peruas mal vestidas, muito playboy metido a bonzão e muuuitas duplas sertanejas. Me pergunta se eu dou as caras por lá? Bah. De qualquer forma, hoje estava com dois amigos e resolvemos passar na entrada da exposição. Cara, a minha cidade pacífica e tediosa estava parecendo São Paulo, tamanha a quantidade de carros e pessoas transitando, e o locutor do rodeio gritava "seguuuura, peão" e eu ouvia do fox ao meu lado a seguinte música:

"Vamu simbora
pru bar
bebê, caí, levantchá
Vamu simbora
pru bar
bebê, caí, levantchá
bebê, caí, levantchá
bebê, caí, levantchá
bebê, caí, levantchá"

Não foi inesperado, não foi coincidência, não foi sincronicidade: simplesmente foi a constatação de que estamos mesmo atoladas no meio da merda. Chega a ser patético que as pessoas daqui saiam de casa prá ver boi, mas não saiam prá ver um filme. Gastam dinheiro colocando um som no carro prá ouvir "beber, cair, levantar", e pior, NOS CONTAGIAM COM ISSO, tendo em vista que no carnaval eu -shame on me- aprendi a dançar a Dança do Créu, só não consigo fazer a velocidade 5. Então, vamos ambas voltar, sim, ao ponto de partida: ESTAMOS cercadas de idiota *bitter high five*.

E é por isso que grande é o meu júbilo de estar aqui, compartilhando espaço com uma exceção como você. Vida longa a nós =)

xoxox

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