terça-feira, 8 de setembro de 2009

"A job...







... is death without dignity."

--Dylan Thomas


Acabo de ficar quatro dias em animação suspensa dentro de casa, impedida de trabalhar sob suspeita de ser mais uma vítima da temível gripe suína (YAY!) que grassa por terras fluminenses. Quatro dias de desconforto físico amplamente compensado por uma rotina panda de alimentação e descanso, descanso e alimentação -- intercalada por horas ininterruptas de leitura que não faziam parte de minha vida desde que... bem, desde que me tornei um lemming produtivo aos 14 anos.

E olha que tenho plena consciência de que minha vida sempre esteve muito mais para Mario Kart, Zombies Ate My Neighbors e Castle of Illusion do que para bandos de lemingues descerebrados peregrinando rumo ao penhasco final, em nome do Bem Comum -- mas não consegui conter a angústia ao me dar conta da quantidade de felicidades clandestinas às quais me nego em nome de Mammon: ler dois livros em um só dia, organizar meu tão adiado quarto-escritório-boudoir-biblioteca, catalogar meu acervo multimídia, reler cartas encontradas entre caixas de revistas Dragão Brasil (reluctant lol), writing songs to no one, rever amigos perdidos em caixas de fotos esquecidas, tomar sol esparramada no chão da sala.

Aproveitei minha quarentena para me forçar a um detox muito adiado -- que, apesar de colaborar para meu desconforto físico geral, jogou na minha cara o quanto do meu "tou complexa, me larga" deve-se ao simples fato de eu ter ZERO tempo pra mim. Cadê angústia, ansiedade, paranóia, psicose, distúrbios alimentares e dependência química quando eu entro em panda mode?

Conclusão: tenho que reverter ao meu primordial estado panda com muito mais frequência -- digamos, ao menos duas vezes por semana, domingos not included -- se pretendo deixar minha complexidade de lado e começar a ser feliz, Silviooooommm.

Se apenas meus horários de trabalho até dezembro não estivessem completamente lotados, ocupados, descerebrados, rumando ao penhasco final, em nome do Bem Comum.

Perdeu, preibói. Bom dia, lemingues!

--Xochiquetzal, desejando estar virulentamente virótica.

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