sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fúria Contra a Morte da Luz





Levanta-se meio sem graça: "Olá, meu nome é Xochiquetzal e há três semanas não fumo um cigarro, me entupo de remédios ou me embriago."

Grupo: "Olá, Xochiquetzal!!"

Que as três linhas acima sirvam de justificativa para mais um de meus sumiços, já que a rotina de trabalho oompa-loompa que partilhamos não serve mais para justificar nada além de nossa estupidez em aceitar a essa morte indigna que é o trabalho, por mais interessante e recompensador que seja (pelo menos no meu caso). Atillah, velho amigo, demorei para entender sua revolta laboral, mas finalmente vi a luz. Não tardarei a elaborar uma estratégia para ganhar a vida de modo a evitar a fadiga e maximizar o contato com os que me são caros -- mas até Dezembro estarei fadada a dar voltas em torno desse moinho movido a tração animal chamado emprego. Até lá, não passo de uma vaca louca em rehab, um tanto descompensada, mas uma vaca com um propósito. Nada mais perigoso do que um bovino determinado. Nada!!

Falando em bois, continuo ruminando o RANCATAMPADACABEÇA que foi assistir "Zeitgeist" e não pararei de citar esse filme até conseguir que vocês o assistam e comentem. Está quase deixando de ser engraçado o modo que certas coisas essenciais vêm ao meu encontro quando eu mais preciso delas: estava eu passando um fim de semana idílico na casa da minha mãe quando decidi copiar alguns filmes da inacreditável coleção de downloads do meu irmão -- praticamente um backup do 4share ou mininova. Saí escolhendo filmes pelo título em português, sem a menor idéia do que eram, e copiei os dois Zeitgeist simplesmente porque achei legal o título em alemão, pensando que deveria ser um filme de guerra. E era. De uma guerra real, subversiva, doentia -- a guerra contra nós mesmos. O autor/escritor/narrador/compositor/editor Peter Joseph deu nome a todos os bois filosóficos, espirituais, morais, sociais, científicos, caprichosos e garantidos que pastavam a esmo nos campos de minha mente há décadas... pai Adão já sabia que dar nome às coisas é ter poder sobre elas: nomeados, meus unicórniosbois-fantasmas estão prestes a serem marcados a ferro e mandados para um abate intelectual há muito adiado.

Falaê, Dylan Thomas:

Do not go gentle into that good night,
Old age should burn and rave at close of day;
Rage, rage against the dying of the light.

Though wise men at their end know dark is right,
Because their words had forked no lightning they
Do not go gentle into that good night.

Good men, the last wave by, crying how bright
Their frail deeds might have danced in a green bay,
Rage, rage against the dying of the light.

Wild men who caught and sang the sun in flight,
And learn, too late, they grieved it on its way,
Do not go gentle into that good night.

Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.

And you, my father, there on that sad height,
Curse, bless, me now with your fierce tears, I pray.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.


Furiosa, encerro esse post mínimo por conta dele -- o trabalho-- reiterando a falta que vocês fazem na minha vida de gado.

Marcada,

--Xochiquetzal, ruminando sozinha.

P.S. - Discografia completa do Beirut: baixo, ouço e recomendo.




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