segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Do NOT feed the thoughts!


Ouch.


Após algumas semanas de licença-realidade, totalmente ausente do conforto desse blog, fica difícil começar um post. Escrever sobre o quê? Os detalhes da minha última visita ao Bedlam de minha mente? Comover os leitores com a dor da instabilidade mental, ou fazê-los rir com a hilaridade da mesma? A dúvida é tão atroz quanto o cursor piscando impaciente na tela em branco.

Acho que o que importa é que eu me safei de mais uma, mais sábia, menos espontânea, e com alguma sorte com alguns macetes na memória para a próxima vez que eu decidir jogar WAR contra mim mesma sigo própria. Objetivo: eliminar toda atividade social, alienar entes queridos, elaborar uma realidade paralela e mais dois territórios à sua escolha.

Relendo meus últimos posts -- e seu último post -- dá pra ver direitinho como a mania estava a se esgueirar pelo meu córtex com a graça de uma gata insana. Agradeço sua delicadeza ao lidar com meus ups and downs. Much obliged.

Mas então tá. Durante meu resguardo do existir, li outro livro do Ken Carey, "Return of the Bird Tribes", que elabora muitas idéias do Starseed Transmissions. Idéias antigas em nova roupagem, idéias novas disfarçadas de velhas, mas ainda assim idéias revolucionárias, propagando-se com uma velocidade cada vez maior, sendo notadas por uma quantidade crescente de pessoas num crescendo que, acredito eu, culminará no Nosso Ano Do Senhor de 2012 -- no qual, segundo o calendário maia da minha parede, algumas seitas messiânicas, conhecimento xamânico espalhado pelo globo, as vozes na minha cabeça e astrônomos underground, o mundo terá seu fim.

I'm the goddess of train-of-thought punctuation!!!!!! Devo estar lendo Saramago demais.

Chuva de sangue, meteoros gigantes em rota de colisão com a Terra, o despertar de Cthulhu, o armageddon atômico, a vinda do Messias, o Juízo Final (ou a falta do mesmo)? Não creio. Aguardo ansiosamente a chegada do ano de 2012 por dois motivos, a saber:

a) quero ver o circo pegar fogo;

b) Nas palavras de Michael Stipe, será "the end of the world AS WE KNOW IT -- and I feel fine".

A velocidade da Information Society na qual vivemos já é impossível de ser acompanhada. Somos bombardeados minuto a minuto com coisas dignas do realismo fantástico de Gabriel García Márquez, e ainda assim permanecemos passivos, aceitando a maravilha da revolução que se descortina diante de nossos olhos como quem aceita uma tigela de mingau de aveia Quaker. Indiferentes. Inconscientes da enormidade do que está acontecendo por soterrados sob escombros informacionais. Zumbis digitais. Vivemos na mais interessante época da qual temos registro, e ainda assim nos damos ao luxo de nos entediarmos. VAI TODO MUNDO PRA PUTA QUE PARIU! Abram os olhos! As mensagens são óbvias, gritantes, onipresentes -- e ainda assim bradamos aos céus que nos mandem "um sinal". Os sinais estão em toda parte, queridos vegetais: em letras de música, no cheiro da chuva, nos livros sagrados e profanos. Nem é preciso saber ler nas entrelinhas para saber para onde o vento está soprando. Basta PERCEBER.

Percepção. Consciência total do aqui e agora, da inexistência do passado e do futuro. BE HERE NOW. A quarta dimensão é a percepção, the awareness that precedes consciousness. Consciência de nós mesmos e de nossa conexão com tudo que existe de um modo jamais experienciado. Uma revolução mental.

O sertão vai virar mar, e o mar vai virar sertão -- dentro de nós mesmos.

Hmm. O espírito de Antônio Conselheiro foi meu encosto no último parágrafo --vou parar por aqui antes que comece a falar sobre a vinda d'El Rey Dom Sebastião e do Rei Arthur. Fiquei tanto tempo sem escrever que estou me empolgando ainda mais facilmente do que antes...

Mas 2012 está aí. Onde você vai estar quando 2012 chegar? 20 + 1 + 2 = The Number 23. Os mais céticos podem dizer que não vai acontecer porra nenhuma (e provavelmente a coisa acontecerá num nível tão sutil que terá toda a aparência de "porra nenhuma" aos céticos) e que eu vou ficar com cara de leoa que perdeu a gazela em janeiro de 2013... pode até ser. Mas pelo menos tive o prazer da chase.

Mas, voltando à realidade e respondendo a sua pergunta, não sei para onde nossas asas de cera nos levarão, meu Ícaro, meu Belerofonte. O que nos importa o destino? A jornada é o que conta, e andarilho que se preza não leva bagagem. Apegue-se aos seus pés, a olhos de ver e ouvidos de ouvir -- and hit the road, Jack.

Segura na minha mão, diz Xochiquetzal. Vai você, diz Atillah. Fique no seu quentinho, enquanto exploro the wild blue yonder.

Land Ho!

--Xochiquetzal.


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