Good news, everyone: A VIDA DÓI. SEMPRE.
Geralmente dói um pouquinho, como uma noite dormida em posição esquisita ou uma lente de contato vencida.
Às vezes dói bastante, tipo um dente cariado após a Páscoa ou uma infecção de ouvido.
Muitas vezes dói PACARALEO: o parto de um bebê excepcionalmente cabeçudo, a expulsão natural de uma pedra no rim do tamanho de um grão-de-bico, uma amputação de perna de filme de faroeste.
Vocês sabem que eu sou simpática aos seus queixumes, irmãos de blog. Dor é comigo mesma, mas se tem uma coisa que eu estou aprendendo com as minhas dores é:
TOMA UM TRAGO DE WHISKEY, MORDE UM PEDAÇO DE PAU E AGUENTA -- VAI PASSAR.
Claro que não preciso dizer que uma dor passa para ceder o assento a outra, geralmente mais intensa. Se vocês ficarem pirando muito nas dores do existir, vocês acabarão... pirando. Lendo o último post da Bel e após conversar brevemente com o Atillah no MSN fiquei feliz em constatar que vocês se encontram no suave intervalo entre uma dor e outra que chamamos de contentamento -- contento-me junto com vocês. Eu estou dolorida aqui, trabalhando PACARALEO no meu novo emprego que promete, além de remuneração ok, um laptop de lambuja e acesso supersônico à net (no horário de trabalho). FINALMENTE voltarei a lecionar de verdade, mas a quantidade de tarefas que vêm associadas a isso me assusta um pouco, após um ano de pura vagabundagem digital. Estou enferrujada, acostumada à depressão do não fazer porra nenhuma...
... mas isso não passa de dor, e dor a gente tira de letra. Ninguém morre de dor, morre? Nada que um pouco de whiskey, quatro homens fortes me imobilizando (heh), palavrões urrados e um pedaço de madeira entre os dentes não dê conta.
(Isso me lembra o "Autopsicografia" do Pessoa, que apesar de enjoado de tão popular não deixa de ser altamente pertinente para momentos hiperálgicos)
Geralmente dói um pouquinho, como uma noite dormida em posição esquisita ou uma lente de contato vencida.
Às vezes dói bastante, tipo um dente cariado após a Páscoa ou uma infecção de ouvido.
Muitas vezes dói PACARALEO: o parto de um bebê excepcionalmente cabeçudo, a expulsão natural de uma pedra no rim do tamanho de um grão-de-bico, uma amputação de perna de filme de faroeste.
Vocês sabem que eu sou simpática aos seus queixumes, irmãos de blog. Dor é comigo mesma, mas se tem uma coisa que eu estou aprendendo com as minhas dores é:
TOMA UM TRAGO DE WHISKEY, MORDE UM PEDAÇO DE PAU E AGUENTA -- VAI PASSAR.
Claro que não preciso dizer que uma dor passa para ceder o assento a outra, geralmente mais intensa. Se vocês ficarem pirando muito nas dores do existir, vocês acabarão... pirando. Lendo o último post da Bel e após conversar brevemente com o Atillah no MSN fiquei feliz em constatar que vocês se encontram no suave intervalo entre uma dor e outra que chamamos de contentamento -- contento-me junto com vocês. Eu estou dolorida aqui, trabalhando PACARALEO no meu novo emprego que promete, além de remuneração ok, um laptop de lambuja e acesso supersônico à net (no horário de trabalho). FINALMENTE voltarei a lecionar de verdade, mas a quantidade de tarefas que vêm associadas a isso me assusta um pouco, após um ano de pura vagabundagem digital. Estou enferrujada, acostumada à depressão do não fazer porra nenhuma...
... mas isso não passa de dor, e dor a gente tira de letra. Ninguém morre de dor, morre? Nada que um pouco de whiskey, quatro homens fortes me imobilizando (heh), palavrões urrados e um pedaço de madeira entre os dentes não dê conta.
(Isso me lembra o "Autopsicografia" do Pessoa, que apesar de enjoado de tão popular não deixa de ser altamente pertinente para momentos hiperálgicos)
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Ai ai. Complicado escrever sobre dor no intervalo do café, complicado fingir que é dor a dor que deveras sinto, complicado, tá tudo complicado [/funk]. Complicamos a vida sem a menor necessidade -- efeito colateral de se pensar demais, acho.
Enquanto continuo nessa vida dolorosa de poeta, volto ao trabalho e deixo com vocês um parágrafo copiado ipsis litteris de um caderno que eu tinha à mão, registrando os pensamentos que me ocorriam durante minha última descida ao Averno do Grande Tatu:
"The people who shine in this world are the people who are doing what they are here for, or at least trying. People who have found their way in this world -- a way that is a VERB, not a NOUN. Actions, not words; these people are walking the right road for them, following their path to the best of their ability. The closer you come to your road and the less you diverge from it, the more you shine -- the closer you are coming to perfection. You are going to feel pain until you follow your path perfectly, not swaying to the right or to the left. There is no GOAL -- there is only the job of walking down your road, mostly alone and, if you're lucky, with a couple friends by your side."
No momento isso me pareceu de uma profundidade ímpar. Passando minhas garatujas a limpo aqui no blog tá me parecendo um trecho do Augusto Cury. Que se foda: I keep walking.
Enquanto continuo nessa vida dolorosa de poeta, volto ao trabalho e deixo com vocês um parágrafo copiado ipsis litteris de um caderno que eu tinha à mão, registrando os pensamentos que me ocorriam durante minha última descida ao Averno do Grande Tatu:
"The people who shine in this world are the people who are doing what they are here for, or at least trying. People who have found their way in this world -- a way that is a VERB, not a NOUN. Actions, not words; these people are walking the right road for them, following their path to the best of their ability. The closer you come to your road and the less you diverge from it, the more you shine -- the closer you are coming to perfection. You are going to feel pain until you follow your path perfectly, not swaying to the right or to the left. There is no GOAL -- there is only the job of walking down your road, mostly alone and, if you're lucky, with a couple friends by your side."
No momento isso me pareceu de uma profundidade ímpar. Passando minhas garatujas a limpo aqui no blog tá me parecendo um trecho do Augusto Cury. Que se foda: I keep walking.
And, for the first time in 2009, let Dylan do the talkin' (or not):
As I walked out tonight in the mystic garden
The wounded flowers were dangling from the vine
I was passing by yon cool crystal fountain
Someone hit me from behind
Ain't talkin', just walkin'
Through this weary world of woe
Heart burnin', still yearnin'
No one on earth would ever know
They say prayer has the power to heal
So pray for me, mother
In the human heart an evil spirit can dwell
I am a-tryin' to love my neighbor and do good unto others
But oh, mother, things ain't going well
Ain't talkin', just walkin'
I'll burn that bridge before you can cross
Heart burnin', still yearnin'
There'll be no mercy for you once you've lost
Now I'm all worn down by weeping
My eyes are filled with tears, my lips are dry
If I catch my opponents ever sleeping
I'll just slaughter 'em where they lie
Ain't talkin', just walkin'
Through the world mysterious and vague
Heart burnin', still yearnin'
Walkin' through the cities of the plague.
Well, the whole world is filled with speculation
The whole wide world which people say is round
They will tear your mind away from contemplation
They will jump on your misfortune when you're down
Ain't talkin', just walkin'
Eatin' hog eyed grease in a hog eyed town.
Heart burnin', still yearnin'
Some day you'll be glad to have me around.
They will crush you with wealth and power
Every waking moment you could crack
I'll make the most of one last extra hour
I'll revenge my father's death then I'll step back
Ain't talkin', just walkin'
Hand me down my walkin' cane.
Heart burnin', still yearnin'
Got to get you out of my miserable brain.
All my loyal and my much-loved companions
They approve of me and share my code
I practice a faith that's been long abandoned
Ain't no altars on this long and lonesome road
Ain't talkin', just walkin'
My mule is sick, my horse is blind.
Heart burnin', still yearnin'
Thinkin' 'bout that gal I left behind.
Well, it's bright in the heavens and the wheels are flyin'
Fame and honor never seem to fade
The fire gone out but the light is never dyin'
Who says I can't get heavenly aid?
Ain't talkin', just walkin'
Carryin' a dead man's shield
Heart burnin', still yearnin'
Walkin' with a toothache in my heel
The sufferin' is unending
Every nook and cranny has its tears
I'm not playing, I'm not pretending
I'm not nursin' any superfluous fears
Ain't talkin', just walkin'
Walkin' ever since the other night.
Heart burnin', still yearnin'
Walkin' 'til I'm clean out of sight.
As I walked out in the mystic garden
On a hot summer day, a hot summer lawn
Excuse me, ma'am, I beg your pardon
There's no one here, the gardener is gone
Ain't talkin', just walkin'
Up the road, around the bend.
Heart burnin', still yearnin'
In the last outback at the world's end.
Walking with a toothache in her heel,
--Xochiquetzal, Back in Black.
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