CULT: –adjective: of, for, or attracting a small group of devotees: "a cult movie".
Taking into consideration our amount of devotees, you're about to be part of one hell of a cult blog; a couple of readers less and we will turn into a diary.
Welcome to Xochiquetzal's mind. Grab a seat and enjoy the show.
E não é que, depois de tanto tempo nessa vidinha mais ou menos, eu simplesmente dei um surto horroroso poucos dias atrás? Passar o dia inteiro com gastrite nervosa. Voltar a escrever apaixonadamente no diário. Ficar a noite inteira febril, num sono inquieto e agitado, com imagens que não faziam o menor sentido martelando na minha cabeça. Abandono, abatimento, aflição, agitação, angústia e ainda nem cheguei na letra D de "desespero total e absoluto". A crise simplesmente apertou minha garganta com dedos gelados e se recusava a me deixar fazer qualquer coisa que não fosse sofrer com cada decisão que já tomei até hoje.
Tive que sentar com um CD bom e enfileirar meus pensamentos de forma que fizessem sentido. Tive que jejuar, mais por hábito que por crença. Páginas e mais páginas de palavras-cruzadas. E isso por uma coisinha que, em dias normais, me faria levantar as sobrancelhas de indignação e depois me esqueceria do assunto.
A X. me diz que eu vejo as coisas de maneira muito simples e prática, e eu acho que é realmente isso que me fode. Quando eu resolvo duvidar e ter medo, des-simplificar as coisas, desdobrar o origami e ver que no fim é tudo papel amassado; vem tudo de uma vez, é um tsunami com proporções catastróficas principalmente pro meu pobre estômago sensível e pro meu (pequeno, porém existente) juízo desequilibrado.
Graças a Deus, o saldo foi positivo. Acreditem se quiser, mas foi Raul Seixas quem me salvou de, no mínimo, mais quatro dias de jejum, náuseas e pesadelos sem sentido. Ouvi, refleti, epifanei-me inúmeras vezes e cheguei ao seguinte diagnóstico:
HORMÔNIOS.
Malditos sejam meus ovários, mas foi a única explicação plausível que eu encontrei. Tanta insegurança num período tão curto de tempo? Hormônios, só pode. Também encarei como um sinal para começar a refletir mais sobre o que eu faço, ao invés de achar tudo muito certo, aceitável e bonito. Acho até que não é que eu encare a vida de maneira simples, mas eu prefiro deixar que as complicações se acumulem, passo por cima e finjo que não existem, até que explodam todas de uma vez só em cima do meu colo, espalhando merda em todos as paredes, teto e sujando meu jardim todinho. Se eu continuar tendo uma crise de psicótica só uma vez por ano tá bom, né?
Depois de me auto-diagnosticar com uma TPM + uma viagem errada (tatu andou pro brejo, JESUS!) + muito álcool, foi muito mais fácil colocar rédeas nos wild horses. Wild horses couldn't drag me away. Confesso que foi fácil -apesar de dolorido- encarar meu Cheshire Cat e foi até bom ele me lembrar que eu não sou tudo isso que penso na maior parte do tempo. Me renovei, depois de tanto tempo achando que ainda era a mesma. No final das contas, eis-me aqui, prontinha pra florescer de novo. A noite ainda não findou, mas já existem prelúdios de sol no horizonte. Auto-conhecimento é uma dádiva adquirida a duras penas.
Depois de tanta coisa boa, voltar pra severinidade nossa de cada dia é meio extenuante. É tudo parte da crise.
O estômago ainda tá meio fraco das pernas e ainda luto pra que o juízo entre de volta nos eixos plenamente. Mas aê, o pior já passou. Convido vocês para o funeral de mais uma crise. Vai-te embora, trem ruim do caralho.
Jogando flores em cima do caixão, feliz da vida, Bel.
Um comentário:
Anônimo
disse...
Tava na mesma, cara. Ontem e anteontem foram dias de fúria em minha vida: dei chilique no meio da rua, pedi o divórcio, pedi desculpas, chorei horrores por ser uma mulher perversa, amaldiçoei o Inefável por ter nascido...
Um comentário:
Tava na mesma, cara. Ontem e anteontem foram dias de fúria em minha vida: dei chilique no meio da rua, pedi o divórcio, pedi desculpas, chorei horrores por ser uma mulher perversa, amaldiçoei o Inefável por ter nascido...
...mas tá passando. Devagar, mas tá passando.
Desce, menstruação, para que eu possa viver!
Whoremones: we haz dem!
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