Not you, Michael.

Tá bom, tá bom: confesso que não estou cobrindo a cabeça de cinzas e rasgando minha túnica de pesar pelo desencarne de Michael Jackson, que enquanto King of Pop não me tinha entre seus súditos -- mas fiquei tão espantada com seu empacotar repentino como quando a Lady Di virou Lady Dead. Grandesbosta, a Morte é o que é por ser a Inesperada das Gentes, mas pô: ju-ra-va que Michael ia permanecer entre nós por muito, muito tempo, tipo o Oscar Niemeyer e a (saudosa) Dercy Golçalves. Quem é que a mídia vai perseguir agora? Britney? Paris? Jesus Luz?

Fare thee well, Michael. There won't ever be another freak like you.

Mas então. O choque da perda desse ícone da fragmentação maneirista do homem pós-moderno me motivou a voltar ao seio do espancando após semanas de silêncio impenetrável. Motivos eu tenho, e muitos: uma TPM que me arremessou de volta às garras do comer compulsivo e está sabotando dois meses de árduo abuso de anfetaminas, o encerrar do semestre escolar que maximiza meu burnout docente, pilhas de provas e exercícios a corrigir que protelo desde o final do Festival de Jazz e Blues...

... que aliás foi DO CARALEO. Foi uma versão menos ensolarada e mais boêmia da visita da Bel em janeiro: dias perfeitos de shows na praia, muita cerveja (tou aprendendo a beber / deixando o cabelo crescer / e decidindo trabalhaaaaar...), muitos amigos ensandecidos povoando o McBeach Resort... só faltou você, amiga Bel, e sua ausência era palpável. Havia um Bel-shaped hole no nosso estupor etílico, e devo ter pensado em você o suficiente para criar novas possibilidades existenciais da Bel em realidades paralelas nas quais você jamais pensou.

(Tatu andou!)

Enfim, viajo. Ter visto nosso querido Huno após anos de contato virtual foi fabuloso além de qualquer expectativa -- o que é muito, mais MUITO reconfortante. Saber que existem pessoas FODAS que são parte da minha vida no matter what -- parte da minha vida de modos que familiares e amigos mais chegados jamais imaginam -- é privilégio de poucos. Só posso aguardar pacientemente o momento em que estaremos os três reunidos em nome do Tatu, arrombando crateras no frágil continuum espaço-temporal. Orai e vigiai, pois o dia do Arrebatamento intelectual está próximo, irmãos!

Fora os motivos supracitados, tenho minha nova Lolcat a amamentar, amar, adorar, abraçar, aconchegar e cafungar, o que toma bastante do meu tempo livre. Ler, responder cartas, escrever, ouvir música -- tudo isso passa a segundos e terceiros planos quando se tem uma coisinha DESSAS dormindo aninhada nos seus cabelos:



There's no happeh like a kitteh happeh, freindz!

Mas então. Após o vandalismo da Bel e o silêncio do Atillah, fico por aqui com algumas frases que marcaram essas minhas semanas de ausência. Algumas serão prontamente reconhecidas pelos envolvidos nas situações que as engendraram, outras não. O que importa é registrá-las antes que as pegadas indeléveis dos tatus apaguem todas de minha precária memória:

"Cada um tem a escolha de si próprio."

"A gente tem que pensar mais na gente e ser mais egoísta."

"Professor, qual é a capital do Sri Lanka?"

"ISSO É POR QUEIMAR AS MINHAS ROUPAS! (OPEN FIRE)"

Sempre sua,

--Marivone.

P.S. - "Hei de ficar boa para vingar-me!" - Leandra