Ando recebendo bastante e-mail de leitor do site, e toda vez que vem um "oi te adoro bjos" assinado com nome/sobrenome/telefone com ddd/nome da empresa (bastante comum quando me mandam e-mail com endereço profissional) eu gasto uns bons minutos no orkut pra ver de quem se trata. People watcher ou só curiosa demais, mas de vez em quando penso "quem será esse, qual seria a cara?" e acabo não resistindo e fuçando um pouco.
O bizarro é que é fácil demais.
Com nome, sobrenome e DDD eu descubro onde a pessoa trabalha, estuda, quais são seus amigos, do que gosta, qual é o seu "ideal match", que músicas escuta, quais viagens já fez e... e...
Caramba, na "minha época" não tinha isso. Com muito custo achava-se alguém no ICQ/mIRC. Com muito custo, transferia-se umas duas fotos. E hoje em dia tem um monte de vida esparramada no meu monitor, ao alcance dos meus dedinhos preguentos de curiosidade e uma espécie peculiar de vouyerismo.
Achei num blog semi-morto na internet:
"Hoje, o voyerismo é cada vez maior. Descarado, incorporado a situação indivídual tanto quanto a vontade de conhecer, descobrir.
O voyerismo deixou de ser pecado, passou a ser rotineiro, facil e deixou de ser totalmente passivo".
Se eu encontro as pessoas de forma fácil, facilmente elas me encontrarão também, não? MIEDO... vai saber na mão de que psicopata pode cair meu perfil do orkut.
[/paranóia]
[/badtrip]
Olhando furtivamente para trás e tendo sobressaltos
Bel
7 comentários:
As vidas de estranhos acabam virando um big brother sem câmera às vezes... É possível odiar uma pessoa sem nunca ter visto a cara dela e por conta de vírgulas ou pontos.
E é possível se apaixonar por um photoshop.
As vidas de estranhos acabam virando um big brother sem câmera às vezes... É possível odiar uma pessoa sem nunca ter visto a cara dela e por conta de vírgulas ou pontos.
E é possível se apaixonar por um photoshop.
"É possível se apaixonar por um photoshop" --> nos apaixonamos por séries de zeros e uns, nisso está o assombro...
Quanto ao voyeurismo, tento controlar meu lado attention whore no orkut e não fazer exposição de minha figura, para não ter meu nome (ou o que resta dele) arrastado pela medina.
Restringi o acesso às minhas fotos e scrapbook aos amigos e parei de ficar batendo papo com pessoas ocasionais após algumas experiências com oferendas rejeitadas por Iemanjá que, ao achar que meu ser legal equivale a dar mole (o que nem sempre é verdade, mundo injusto esse) passaram a me perseguir. Tipo sondar meus amigos, conseguir meu telefone, mandar e-mails psycho implorando amor e carinho. MIEDO.
Aliás, sei que um de meus Mark David Chapmans vem ao blog fuçar a minha vida de vez em quando.
"Bando de desocupado, vai arrumá um mato pra capiná!", como diriam em Minas.
Ambivalente,
--X.
"ao achar que meu ser legal equivale a dar mole (o que nem sempre é verdade, mundo injusto esse) passaram a me perseguir. Tipo sondar meus amigos, conseguir meu telefone, mandar e-mails psycho implorando amor e carinho" e sair de nárnia pra me visitar em casa, cafungar meus gatos e contar as sardinhas da minha bochecha [/stalker]
Oi? Bel como oferenda rejeitada por Iemanjá? Pode isso?
Há stalkers e stalkers. Se o preço a pagar pela minha relativa falta de privacidade é a aquisição de pessoas como a Bel e o nosso (fill in the blank) reader lá de cima para meu acervo de gente FODA, a exposição da minha figura até que tá saindo barata.
Certas pessoas simplesmente despencam na minha vida e valem MUITO a pena. Enquanto isso continuar a acontecer, continuarei alimentando esse construto virtual que é a Xochoquetzal.
(OH NOES, ela começou a referir a si própria na terceira pessoa! RED ALERT RED ALERT!)
Xochiquetzal está feliz com os stalkers mansos que tem. Quanto aos perigosos, que arrumem um pasto pra capiná. Bando de desocupado.
Xoxiquetzal, faço questão absoluta de 'marcar' o ponto (ou olho?) regularmente, AQUI, SEM MÁSCARA para me deleitar com os teus espirros de poder curativo :)
Muito bom.
Beijos.
M.
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